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O deputado Bruno Lamas realizou na tarde desta quarta-feira (25) importante reunião da Frente Parlamentar de Combate a Pesca Predatória e Preservação de Nascentes, Mananciais, Manguezais e Lagoas, na Assembleia Legislativa do ES. Na pauta a busca de união e parcerias para combater a degradação da lagoa Jacuném, criação de Parque Ecológico.

O lacustre considerado um dos mais importantes da Serra, está localizado em uma região de desenvolvimento econômico recebendo diariamente efluentes de indústrias e residências.

O deputado lembrou que no caso Jacuném, desde o início da década de 2000, o espelho d’água perde espaço para plantas aquáticas devido ao escoamento de esgoto na lagoa.

Estiveram presentes o secretário adjunto de Meio Ambiente Ronaldo Freire; Jennifer Coronel da Gerência de Meio Ambiente da ArcelorMittal Tubarão; Sargento Reis da Polícia Ambiental; Representante do Projeto Caiman, Yhuri Nóbrega; Fábio Cordeiro morador da Serra; Secretário de Defesa Social da Serra, Coronel Jailson Miranda; Salim Calil Salim Neto, representando o IEMA e representantes do Condomínio Boulevard Lagoa.

O morador da Serra Fábio Cordeiro enfatizou o descaso com a mata. “Aquela mata hoje é um queijo suíço, todo furado. A situação da água é deplorável, é provado que é fácil demais para fazer algo. Sobre a água hoje, quem consome o peixe da lagoa é quem lota as filas das UPAs, eles estão consumindo veneno. A pesca predatória é frequente e a quantidade de peixe que sai dali não é para consumo próprio, é para venda. Preocupo-me, pois impacta direto na saúde da cidade.

O secretário adjunto de Meio Ambiente Ronaldo Freire informou que juntos é possível mudar a realidade da lagoa. “A contaminação por esgoto doméstico não ocorre há cinco anos e sim há décadas”, enfatizou.

Priscila Letro, diretora do departamento de recursos naturais da SEMA e responsável pelos pedidos de uso e ocupação do município informou que houve um avanço a partir do Plano de Saneamento. “Tivemos conhecimento e indicação do que será feito para melhorar e contribuir para melhorar a qualidade da água da unidade de conservação. Temos a ciência que a qualidade da água da Lagoa não está boa, no entanto, somos otimista com a PPP”, citou. 

O deputado Bruno Lamas defendeu a criação de um Parque Ecológico na Lagoa e disse que solicitará a relação do lançamento de efluentes industriais na lagoa Jacunén e os tipos de licenças emitidos para a empresas no entorno do lacustre. “É importante aguardar o laudo técnico. A questão de saneamento é primordial para a solução do problema. Porém os efluentes industriais são o grande problema da lagoa”, disse a técnica Priscila que também solicitou a participação da Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo (Agerh-ES) nos debates pois é responsável pela emissão de outorga

Representante do Iema, Salim Calil, que assumiu a gestão da APA de Praia Mole (lagoa do baú e Carapebus) disse que as soluções usadas para a criação da APA podem ser utilizadas na criação de um Parque na Jacuném. “Para isso a aproximação do IEMA com o município é suplementar”, ressaltou.

 Da SEDES, Coronel Jailson Miranda, lembrou que a prefeitura realizou convênio de cooperação técnica com a Polícia Militar com o objetivo de unir esforços para o fortalecimento e controle de atividades causadoras de impacto ambiental na Serra, bem como ações educativas”. Pontuou que o município criou a guarda ambiental que está localizada na  sede da APA daJacuném e conta com 15 guardas municipais.

Jacarés

Representante do Projeto Caiman, que trabalha com a proteção e preservação de jacarés da Mata Atlântica, Yhuri Nóbrega defendeu combate à caça e apresentou a ação da entidade lembrando que a cidade de Serra tem papel fundamental e estratégico para proteção do animal, principalmente do Jacaré.

“O instituto trabalha com a capacitação de jovens para a ciência e educação ambiental e reabilitação de Jacarés no Estado. Só na Arcelor Mittal temos uma população de 200 jacarés. O que vemos na Jacuném é um retrato dos corpos d´agua no Estado e ações como essas são louváveis pois a gente demora em ver a ciência virar política pública”.

Poluição
Sargento Reis Representando o Batalhão de Polícia Ambiental lembrou que houve um tempo que a água era da lagoa Jacuném. “A pressão que existe no entorno da Lagoa é grande. A poluição residencial. Enfrentamos uma série de problemas, mas os dois maiores problemas é a ocupação irregular e o lançamento de efluentes domésticos”, disse acrescentando que é preciso união.

Leocena

O professor de Geografia Ademir Cardoso chamou a atenção para o crescimento de Leocena. “A árvore tornou-se uma praga urbana e se multiplica, tomando o lugar das plantas nativas. Onde a planta aparece, nenhuma espécie consegue sobreviver porque as árvores ocupam e fazem sombra no terreno, impedindo o crescimento de outras plantas no local. Elas estão na Lagoa Jacuném e na vegetação do entorno do aeroporto”, disse.

Esse assunto, segundo o deputado Bruno Lamas será melhor debatido pela Frente Parlamentar.

Mudas
Sobre o reflorestamento a ArcelorMittal se comprometeu em estudar as espécies para destinar mudas para a lagoa. Jennifer Oliva Coronel representando a gerência de Meio Ambiente da empresa disse que entende que a educação e a conscientização como elemento transformação para elevar a qualidade da água.

Ações

A Polícia Ambiental deve fazer ações principalmente, intensificar a fiscalização de invasões nos próximos dias na lagoa.

“É preciso infelizmente restringir o acesso à lagoa em alguns pontos para garantir a sua preservação”, disse Sargento Reis.